Cinema Central
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O prédio do Cinema Central pertencia a Cia Antarctica Paulista, empresa naquela época proprietária de alguns terrenos na região do Vale do Anhangabaú. Foi uma das primeiras obras da então nova Avenida São João, no final de 1916.
Neste mesmo local, até 1914, funcionavam duas salas de exibições bem conhecidas: O Bijou Theatre e o Polytheama.
Enquanto o imóvel era erguido, o caso foi parar na Câmara Municipal de São Paulo que na sua 8a Sessão Ordinária do dia 19 de fevereiro de 1916, discutiu a real utilidade da construção do prédio já que a área deveria ser usada para abertura da futura Avenida Anhangabaú.
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Bem diante do edifício (e ao lado famoso Prédio dos Correios) foi feita a Praça Giuseppe Verdi, com um grande monumento em seu centro (hoje o monumento fica em outro canto do Vale do Anhangabaú).
O prédio do Cinema Central foi um dos grandes impulsionadores da rápida urbanização da Avenida São João que logo receberia outras construções grandiosas, como o Prédio Martinelli cuja construção se iniciaria em 1922.
Apesar da empolgação inicial, o Cinema Central não teria vida longa e logo nos primeiros anos da década de 20 encerraria suas atividades. O prédio seria vendido ao Governo Federal que logo o adaptaria para que ali se tornasse a Collectoria Federal ou, como passou a ser conhecido mais adiante, Prédio Fiscal.
E foi como repartição pública federal que este prédio teria sua função mais duradoura, até a segunda metade da década de 40. Foi justamente no início dos anos 40 que a discussão já antiga sobre a futura Avenida Anhangabaú seria retomada com bastante fôlego. O Prefeito Prestes Maia e seu plano de Avenidas previa integrar o Vale do Anhangabaú com a Avenida Tiradentes, mas para isso era preciso remover o maior obstáculo ao projeto: O Prédio Fiscal.
Isso se devia ao fato do prédio construído em 1916 ficar “de costas” para o Vale do Anhangabaú servindo como uma espécie de barreira. Entretanto, seria preciso negociar com a União já que por ser um prédio federal não bastava uma simples desapropriação, pois seria necessário um novo endereço para abrigar as funções do prédio fiscal.
Assim, em 1941 Prestes Maia viajou ao Rio de Janeiro para iniciar conversações sobre o prédio. A negociação demoraria algum tempo e só seria resolvida em fevereiro de 1943, quando a Prefeitura de São Paulo acertou com o Governo Federal a compra do Prédio Fiscal.
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Após a venda do imóvel a repartição federal ainda levaria mais algum tempo para se mudar para novas instalações, e o prédio só seria desocupado completamente no final de 1946.
A demolição do Prédio Fiscal se iniciou em 22 de fevereiro de 1947. Entre a demolição e o término das obras que ligariam o Vale do Anhangabaú até a Avenida Tiradentes seriam mais cinco anos.
Era o fim da linha do prédio do Cinema Central e posteriormente Prédio Fiscal, cuja curta existência foi de 30 anos.
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