Arquitetura Vitoriana
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A Arquitetura Vitoriana nunca foi um estilo arquitetônico consistente. Foi na realidade um período da prática arquitetônica, especialmente no Reino Unido, que se constituiu do revivalismo de uma série de estilos arquitetônicos, ao longo do século XIX.
Vitoriana refere-se ao reinado da rainha Vitória no Reino Unido, que foi de 1837 até 1901, chamado de Era Vitoriana, período em que os estilos conhecidos como vitorianos foram usados na construção.
O nome representa o costume britânico e francês de nomear certos estilos arquitetônicos para o monarca reinante. Dentro deste esquema de nomenclatura e classificação, temos o Tudor, seguido pela Arquitetura Georgiana, pela a Arquitetura da Regência, e então sucedido pela Arquitetura Eduardiana.
No entanto, muitos elementos do que é tipicamente chamado arquitetura “vitoriana” não se tornaram populares até mais tarde no reinado de Victoria. Os estilos freqüentemente incluíam reusos e resgates de estilos históricos, algumas vezes influenciados por práticas do Oriente Médio e da Ásia.
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Entretanto, o reflorescimento da Arquitetura Gótica sob a forma conhecida como neogótica tornou-se muito representativo nesse período, levando ao conflito entre os ideais góticos e clássicos. A arquitetura do novo Palácio de Westminster (destruído em 1834 por um incêndio) planejada pelo arquiteto Charles Barry traz elementos góticos, inspirados nas partes intactas do edifício. A intenção foi manter a narrativa de continuidade cultural, em oposição aos violentos rompimentos culturais e artísticos ocorridos, por exemplo, na Revolução Francesa.
O estilo gótico durante o período Vitoriano foi apoiado pelo crítico John Ruskin, que argumentou que o mesmo sintetizava os valores sociais da comunidade local, em contraste com o Classicismo, que o crítico considerava por demais padronizado.
Ainda no século XIX, Londres acolheu a Grande Exposição de 1851, a primeira Exposição Mundial que mostrou as maiores inovações construtivas do século. No seu centro esteve o Palácio de Cristal, uma estrutura modular de vidro e ferro que foi a primeira do tipo em nível mundial. John Ruskin criticou a desumanização do seu desenho, mas esta estrutura acabou por ser considerada o protótipo do que viria a ser conhecido como Arquitetura Moderna.
Arquitetura Vitoriana no Reino Unido
Durante o início do século XIX, o romantismo associado ao gótico e românico medievais ressurgiu como uma reação à simetria do Palladismo, e edifícios como o Fonthill Abbey foram construídos. Em meados do mesmo século, como resultado de novas tecnologias, a construção foi capaz de incorporar o aço como componente de construção; Um dos maiores expoentes disso foi Joseph Paxton, arquiteto do Palácio de Cristal. Paxton também continuou a construir casas como Mentmore Towers, nos ainda populares estilos da Renascença Inglesa. Novos métodos de construção foram desenvolvidos nesta era de prosperidade, mas, ironicamente, os estilos arquitetônicos, desenvolvidos por arquitetos como Augustus Pugin, eram tipicamente retrospectivos.
Na Escócia, o arquiteto Alexander Thomson, que trabalhou em Glasgow, foi pioneiro no uso de ferro fundido e aço para edifícios comerciais, misturando a convencionalidade neoclássica com temas egípcios e orientais para produzir muitas estruturas verdadeiramente originais. Outros notáveis arquitetos escoceses desse período são Archibald Simpson e Alexander Marshall Mackenzie, cuja obra estilisticamente variada pode ser vista na arquitetura de Aberdeen.
Embora os arquitetos escoceses tenham sido pioneiros nesse estilo, logo se espalharam pelo Reino Unido e permaneceram populares por mais 40 anos. Seu valor arquitetônico na preservação e reinvenção do passado é significativo. Suas influências eram diversas, mas os arquitetos escoceses que a praticavam foram inspirados por maneiras únicas de mesclar arquitetura, propósito e vida cotidiana de maneira significativa.
Outros estilos popularizados durante o período Vitoriano
Embora não sejam exclusivamente vitorianos e façam parte de reavivamentos que começaram antes dessa era, esses estilos estão fortemente associados ao século XIX e, portanto, à Arquitetura Vitoriana, devido ao grande número de exemplos que foram erguidos durante esse período.
- Jacobethan (1830–1870; o precursor do estilo Queen Anne)
- Renascimento da Renascença (1840–1890)
- Neo-Grec (1845–1865)
- Renascimento Românico
- Segundo Império (1855–1880; originado na França)
- Reavivamento do Queen Anne (1870–1910)
- Baronial Escocês (predominantemente Escócia)
- Movimento Britânico de Artes e Ofícios – Arts and Crafts (1880–1910)
Arquitetura Vitoriana geralmente tem muitas molduras de janela intrincadas inspiradas pelo arquiteto Elliot Rae.
A Arquitetura Vitoriana pelo Mundo
Durante o século XVIII, alguns arquitetos ingleses emigraram para as colônias, mas à medida que o Império Britânico se estabeleceu firmemente durante o século XIX, muitos arquitetos emigraram no início de suas carreiras. Alguns escolheram os Estados Unidos e outros foram para o Canadá, Austrália e Nova Zelândia.
Normalmente, eles aplicaram estilos arquitetônicos que estavam na moda quando deixaram a Inglaterra. Na segunda metade do século, porém, melhorar os transportes e as comunicações significava que mesmo partes remotas do Império tinham acesso a publicações como a revista The Builder, que ajudava arquitetos coloniais a se manterem informados sobre a moda atual. Assim, a influência da arquitetura inglesa se espalhou pelo mundo.
Vários arquitetos proeminentes produziram designs derivados do inglês em todo o mundo, incluindo William Butterfield (Catedral de São Pedro, Adelaide) e Jacob Wrey Mould (arquiteto-chefe de obras públicas em Nova York).
Saiba Mais
Wikipedia (inglês)