Por que a arquitetura moderna é tão ruim… e feia?

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Nesta postagem uma pessoa comenta, sobre a foto deste belo prédio do Rio de Janeiro:

Centro Cultural da Justiça Eleitoral – Rua 1o de Março – Rio de Janeiro

Vendo prédios assim eu fico me perguntando com que “direito” os “arquitetos e arquitetas” passaram a emporcalhar a paisagem urbana com atrocidades teratológicas de péssimo gosto (entre elas o, para mim, nauseabundo metrô paulistano). A partir de quando a arquitetura teria deixado de pertencer à categoria de arte?

***

Tentei responder da seguinte maneira, os parênteses adicionei aqui:

Segundo o que já observei, (o gosto questionável da estética d)a arquitetura contemporânea é fruto de vários fatores:

– Tendência artística surgida com o modernismo e seus geometrismos e tecnicismos, onde “menos é mais”, além da rejeição deste movimento a vários valores ocidentais, dentre eles a estética clássica.

– Também tem em conta o aumento drástico da população, fazendo com que a arquitetura pensasse mais em quantidade do que em qualidade, especialmente a qualidade estética.

– Tem também a questão dos custos de criação e posterior manutenção dos ornamentos deste tipo de construção (da imagem acima).

– Outro fator que acho até preponderante é a cultura, a qual se desdobra em vários aspectos menores:

1 – Nossa época é muito corrida e tecnológica, a grande massa do povo simplesmente não pára mais para observar a beleza (ou falta dela) nos ambientes urbanos e edifícios, fica o tempo todo olhando para telas: Da televisão, do computador, do celular.

2 – Nossa educação artística contemporânea é rasa e praticamente não ensina as crianças, com a devida ênfase, todos os traços estéticos (clássicos, barrocos, modernos etc) e suas origens.

3 – No Brasil, especialmente, as pessoas basicamente não têm dinheiro para investir na estética de suas habitações.

Enfim, seguimos um caminho esquisito, infelizmente (cujo retorno a um estado semelhante ao do início do século XX seja improvável). Quero acreditar porém que daqui há algumas décadas o modernismo arquitetônico venha a ser visto somente como uma fase artística, a qual será devidamente substituída por outra corrente que valorize devidamente uma estética mais consistente e bela.

(Talvez um retorno da hiper-ornamentação seja improvável, mas um mínimo de cuidado e preocupação com a qualidade estética das obras, possa ser recuperado – coisa que deixou de existir na ampla maioria dos prédios contemporâneos e de fins do século XX.)

Entretanto, acho que nós devemos também de alguma forma atuar destacando e valorizando obras contemporâneas que estejam resgatando traços arquitetônicos clássicos.

Obras Aestéticas, ou a Estética Inexistente

A estética do Modernismo, e de suas “evoluções” é praticamente inexistente, insípida. Desprezível na maioria das suas expressões já edificadas.

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Sempre que uma edificação antiga colonial, neoclássica ou “eclética” é demolida, há todo um lamento das pessoas que de alguma forma possuíam alguma ligação emocional com o que aquela obra significou na vida delas, ou na história de sua comunidade; sempre há protestos, mesmo que quase sempre sem a força suficiente para impedir a demolição.

Já quando uma obra modernista é demolida, algum edifício qualquer, ninguém liga, ninguém reclama, ninguém dá a mínima.

Edifício Modernista Bonito?

Outro dia, assistia ao documentário Crônicas da Demolição, sobre a infeliz destruição do Palácio Monroe. Um arquiteto muito simpático, num dado momento, explica que considera o prédio da Biblioteca Nacional um prédio feio, mas que acha que ele não deve ser demolido; que ele é feio e o fato de ser feio não justifica sua destruição; que é um prédio feio pelo qual ele tem carinho, enfim, palavras assim.

Após a fala dele, me perguntei: Se o prédio da Biblioteca Nacional é “feio”, o que será que aquele simpático arquiteto modernista considera bonito? Sei lá, eu tentei lembrar de alguma edificação modernista ou contemporânea que pudesse ser citada como “bonita” e não me veio nada à cabeça. Talvez alguma obra curvilínea do Niemeyer?

Senado Antigo (Palácio Monroe) e o Senado atual, uma oca indígena de concreto

Enquanto não encontro um bom exemplo de edifício modernista bonito, continuo considerando a Biblioteca Nacional uma belíssima edificação.

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