Palácio Monroe
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Este edifício magnífico das imagens abaixo era o Palácio Monroe, lamentavelmente demolido em 1976.
Ele localizava-se na Cinelândia, no Centro do Rio de Janeiro e abrigou a Câmara dos Deputados, entre 1914 e 1922. Posteriormente, abrigou o Senado Federal entre 1922 e 1960 (exceto entre 1937 e 1945, durante a ditadura Vargas, quando foi dissolvido e fechado).
Com 1700 metros quadrados de área construída, tinha elementos de sua composição arquitetônica na linguagem geral do ecletismo, num estilo híbrido, caracterizado por uma combinação liberal de diversas origens que marcou uma época de transição na arquitetura brasileira.
Tipo: Institucional
Endereço: Avenida Central, atual Rio Branco
Conclusão: 1904 em St. Louis, 1908 no Brasil.
Demolição: 1974-1976
Andares: 5, incluindo a cúpula, e excluindo o porão.
Arquiteto: Coronel Francisco Marcelino de Sousa Aguiar
Estilo: Segundo Império / Beaux Arts / Eclético
Fonte: Arquivo Nacional
Foi projetado para ser o Pavilhão do Brasil na Exposição Universal de 1904, ocorrida em Saint Louis, nos Estados Unidos da América. Conforme especificado pela Cláusula 1ª do Aviso nº 148 de 3 de julho de 1903:
“Na construção do Pavilhão se terá em vista aproveitar toda a estrutura, de modo a poder-se reconstruí-lo nesta capital.”
Desse modo, o arquiteto e engenheiro militar, Coronel Francisco Marcelino de Sousa Aguiar, concebeu uma estrutura metálica capaz de ser totalmente desmontada, erguendo-a, como previsto, em Saint Louis.
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A imprensa norte-americana não poupou elogios à estrutura, destacando-a pela sua beleza, harmonia de linhas e qualidade do espaço. Na ocasião, o Pavilhão do Brasil foi condecorado com a medalha de ouro no Grande Prêmio Mundial de Arquitetura, o maior certame do gênero, à época. Naquela exposição universal, apenas um outro brasileiro, o pintor Eliseu Visconti, foi condecorado com a medalha de ouro por sua tela “Recompensa de São Sebastião”.
Desmontado ao final do evento, a estrutura foi transportada para o Brasil, vindo a ser remontada na cidade do Rio de Janeiro em 1906, para sediar a Terceira Conferência Pan-Americana.
O Barão do Rio Branco, por sugestão de Joaquim Nabuco, propôs que, ao Palácio de Saint-Louis, como era conhecido, fosse dado o nome de Palácio Monroe, em homenagem ao presidente norte-americano James Monroe, criador do Pan-Americanismo.
Entre 1914 e 1922, o Palácio Monroe foi sede provisória da Câmara dos Deputados, enquanto o Palácio Tiradentes era construído. Com a inauguração deste, durante as comemorações do primeiro centenário da independência, o Senado Federal passou a utilizar o Monroe como sua sede.
O Senado Federal esteve fechado durante o Estado Novo (1937-1945). Ao término da ditadura, serviu como sede provisória do Tribunal Superior Eleitoral, entre 1945 e 1946.
Em meados da década de 1950, o Palácio sofreu uma obra de ampliação que lhe acrescentou um pavimento e ocupou o espaço das duas rotundas laterais, que eram vazias e serviam apenas como varandas decorativas.
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Com a mudança do Distrito Federal para Brasília, em 1960, o Monroe passou a exercer a função de escritório de representação do Senado no Rio de Janeiro.
À época do Regime Militar, foi transformado em sede do Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA).
Em 1974, durante as obras de construção do Metrô do Rio de Janeiro, o traçado dos túneis foi desviado para não afetar as fundações do palácio. Nessa época o Governo Estadual decretou o seu tombamento.
Uma campanha mobilizada pelo jornal O Globo, com o apoio de arquitetos modernistas como Lúcio Costa pediu a demolição do Palácio Monroe, sob alegações estéticas e de que o prédio atrapalhava o trânsito.
O então presidente Ernesto Geisel, que também não era favorável ao edifício, sob a alegação de que prejudicava a visão do Monumento aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, não concedeu o decreto federal de tombamento e, em março de 1976, o monumento foi demolido.
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No terreno assim desocupado, foi construída uma praça com um chafariz monumental, originalmente instalado na Praça Mahatma Gandhi (Rio de Janeiro).
Houve aqueles que lutaram pela permanência do palácio. Na edição de 28/01/1976 do Jornal do Brasil (Primeiro caderno, página 7) era noticiada a tentativa de impedimento da demolição por meio de ação popular. Neste período, final de janeiro de 1976, o palácio já se encontrava sem janelas e cúpula. Segundo Durval Lobo, chefe da Divisão Técnica Especializada de Urbanismo do Clube de Engenharia, um mandado de segurança seria a única forma de salvar o prédio. Durante sua demolição, chegou a cogitar-se transformar o palácio em sede e museu do Instituto dos Advogados Brasileiros, por meio do deputado Jorge Arbage (ARENA/PA), como noticiado pelo Jornal do Brasil em 9/3/1976, pág.8.
No Diário de Notícias de 10/01/1976 (p.2), Louis de Souza Aguiar, filho do construtor do palácio, reafirmou, em protesto, sua decisão de doar ao governo norte-americano a medalha conquistada pelo seu pai no concurso mundial de arquitetura.
Demolição do Monroe
A demolição foi realizada pela Aghil Comércio e Indústria e de acordo com o jornal Diário de Notícias de 4/01/1976 p.9, e foi orçada em Cr$ 191.108,00, em um trabalho a ser realizado pelo período de 4 meses. Na edição de 7/01/1976, p.9, o referido jornal anunciava que os quatro leões de mármore de carrara que adornavam o palácio haviam sido vendidos para o diretor de uma financeira e que este pretendia instalar os objetos em uma casa de fazenda localizada em Minas Gerais.
Segundo a matéria, quem estava interessado nas obras era Juscelino Kubitschek. A firma contratada para a demolição afirmava que pretendia faturar o máximo com a venda de objetos de arte e material aproveitável do palácio, de forma a recuperar os 200 mil cruzeiros investidos.
Os Anjos de Bronze que adornavam a cúpula estavam orçados em Cr$ 15 mil cada, fora os vitrôs de valor histórico ainda não orçados. Na edição de 11/01/1976, capa, apurava-se que apenas com a venda de 3 mil toneladas de ferro era possível arrecadar 9 milhões de cruzeiros. Dois dos leões de mármore estão no Instituto Ricardo Brennand, na cidade do Recife, Pernambuco.
Objetos Encontrados em 2015
Em 2015, foram encontrados vários objetos perdidos, que estavam no depósito do museu do Senado Federal (link ao final desta postagem). O material estava em 16 caixas que vieram do Palácio Monroe e nunca foram abertas. As peças passarão por higienização, identificação, fichamento e restauração. Entre as peças, encontram-se lustres de 1,8m de altura, adornados com rosáceas douradas e bulbos de cristais.
E agora fazem parte do Patrimônio do Senado Federal.
Fotos do Interior do Palácio Monroe
Imagens do Interior do Palácio Monroe são atribuídas a Augusto Malta – Acervo de George Ermakoff.
Imagens sem autoria indicada são de Autores Desconhecidos. Se você conhece a autoria de alguma destas fotos, me comunique.
Onde estão os leões que guarneciam o Palácio Monroe?
Pesquisa de Celia Fernanda – link
Não existe mistério quanto ao paradeiros dos quatro leões de mármore italiano que enfeitavam as escadarias do Palácio Monroe.
Dois dos leões ladeiam portão medieval de um belo Castelo que é o Instituto Ricardo Brennand nos arredores do Recife. O espaço é lindíssimo, com um acervo de quadros de pintores famosos da época dos Holandeses em Pernambuco.
Os outros dois leões estão na Fazenda São Geraldo, comprados na década de 70 pelo pecuarista Luiz Carlos Franco.
E assim, todo o acervo do Palácio Monroe, encontra-se distribuído pelo Brasil.
Foi TUDO vendido como SUCATA! Triste fim!
Saiba mais
Outros Detalhes – Senado Federal
Reconstrução Gráfica do Palácio Monroe
Outras Imagens do Monroe – O Globo
Outras Imagens do Monroe – Flickr do Senado
Histórico do Palácio Monroe – Diário do Rio
História do Monroe – Diário do Rio
Descoberta dos Lustres que foram usados no Monroe
Fotos de alguns objetos utilizados no Senado ainda no Monroe
Tag: Demolido, Rio de Janeiro